Muitas coisas mudaram na medicina com o estabelecimento e avanço de novas tecnologias, principalmente na área cirúrgica. Se quando alguém dizia que iria fazer uma cirurgia, logo se imaginava muito sangue e um longo e dificultoso pós-operatório, agora, tudo é bem diferente. Exemplo disso é a laparoscopia, na qual, com apenas orifícios de 5 a 12mm é possível realizar diversos tipos de cirurgias de pequeno médio e grande porte.
Hoje, além da laparoscopia convencional, dispomos da minilaparoscopia, onde com incisões ainda menores, de 3, 5 e 10mm podemos realizar cirurgias de pequeno e médio porte, dependendo de caso.
Como é a minilaparoscopia
Esta cirurgia tem um grande diferencial: incisões mínimas, que deixam marcas praticamente imperceptíveis no corpo. No método convencional, as cicatrizes são de 5-12 mm, enquanto na minilaparoscopia, são de 3-5 mm. O cirurgião não faz pontos na região operada, sendo que alguns dos “furinhos” fecham de modo espontâneo.
O profissional não olha diretamente para o órgão do paciente, pois sua atenção se volta para um monitor, que exibe imagens precisas e em ótima resolução. Esse processo é possível graças a uma câmera que é introduzida e posicionada estrategicamente para facilitar todos os passos cirúrgicos.
Trata-se de um procedimento realizado em ambiente hospitalar e sob anestesia geral. Como as aplicações são bem estreitas, o cirurgião precisa de uma expertise especial quanto à prática desse método e manuseio do aparelho cirúrgico.
Vantagens e indicações
O fator estético não é a única vantagem relacionada a essa técnica. Destaco também menor dor e rápida recuperação pós-operatória. Como os acessos cirúrgicos são menores, a resposta inflamatória diminui significativamente.
Apesar dos benefícios, essa cirurgia tem indicações específicas, isto é, ela não pode ser feita em todos os casos. Uma das mais proeminentes é para colelitíase, problema caracterizado pela presença de cálculos na vesícula biliar na forma de pequenas pedras, e nem todos os pacientes estão aptos para esta técnica.
A minilaparoscopia, portanto, é recomendada em cirurgias que se limitam a um quadrante abdominal ou a uma região em que não se exige grandes reconstruções gastrointestinais e com remoção de pequenas partes de tecido. Outro ponto a se considerar é o Índice de Massa Corporal (IMC) do paciente, que deve ser normal ou até ligeiramente elevado.
Nem tão nova assim
Uma curiosidade: essa técnica existe há bastante tempo, mais precisamente desde a década de 1990, quando Peter Goh e Michael Gagner a descreveram pela primeira vez. Àquela época, ela não se tornou popular porque os instrumentos eram considerados muito frágeis, finos e onerosos. No entanto, mesmo com a resistência, alguns centros mundo afora, inclusive aqui no Brasil, foram aperfeiçoando a minilaparoscopia, de modo que já não é mais possível ignorar suas conveniências.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião oncológico no Rio de Janeiro!