O câncer de fígado não está no topo das estatísticas nacionais, mas, em contrapartida, acomete milhares de brasileiros todos os anos. Cerca de 80% da população diagnosticada com esta neoplasia busca ajuda apenas quando a doença encontra-se em estágios avançados. Conhecer os fatores de risco desse problema pode ajudá-lo a manter-se longe dele. Vejamos a seguir as principais causas da doença.
Antes de tudo, vale ressaltar que essa neoplasia divide-se em dois grupos: primário (que começa no próprio órgão) e secundário/metastático (quando tem origem em outro órgão e, com a evolução da doença, atinge também o fígado).
Quanto aos tipos, temos o carcinoma hepatocelular ou hepatocarcinoma (90% dos tumores hepáticos), o colangiocarcinoma (10% dos casos) e o carcinoma hepático (pouco frequente e de melhor prognóstico).
Principais causas do câncer de fígado
1# Cirrose
Trata-se da inflamação no fígado que, de maneira persistente, leva ao surgimento de fibrose, isto é, “cicatrizes” dentro do órgão, que atrapalham o seu funcionamento. Importante salientar que nem toda lesão significa cirrose – para ser considerada, é preciso que a condição se instale de modo continuado. O risco de uma pessoa com essa enfermidade desenvolver tumor maligno hepático é de 1 a 4%. Caso exista associação com o vírus da hepatite B, as chances aumentam 500 vezes.
2# Hepatites
Os vírus relacionados à hepatite B potencializam o surgimento de hepatocarcinoma em 140 vezes – mais da metade das pessoas com este tipo de câncer são portadoras desse agente infeccioso, que é transmitido pelo sangue, outros líquidos e outras secreções corporais contaminados, por meio, por exemplo, de compartilhamento de materiais perfurocortantes. O vírus da hepatite C também eleva o risco, principalmente em indivíduos do sexo masculino, com cirrose, na faixa etária de 60 a 70 anos e que fumam.
3# Uso de anabolizantes
Levantamento recente, conduzido por integrantes da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, feito a partir da análise de estudos clínicos, revisões da literatura e relatos de caso, apontou a relação entre o uso indiscriminado e prolongado (entre dois e sete anos) de hormônios e anabolizantes e o desenvolvimento de hepatocarcinomas. Essas substâncias, importante dizer, devem ser utilizadas apenas com prescrição e acompanhamento médico.
4# Doenças metabólicas
Você já ouviu alguém dizer que tem gordura no fígado? Pois ela refere-se à esteato-hepatite não alcoólica, uma doença metabólica que provoca lesão hepática, como se a pessoa bebesse em excesso. Os gatilhos que desencadeiam esse problema são a obesidade, dislipidemia (colesterol anormalmente elevado ou lípidos no sangue) e intolerância à glicose. Outras doenças mais raras, como a deficiência de α-1 antitripsina e a hemocromatose, de modo similar, são consideradas fatores de risco.
5# Alimentos ricos em aflatoxina
Essa substância tóxica e cancerígena é produzida por alguns tipos de fungos encontrados em alimentos, cujo armazenamento é difícil e, por isso, muitas vezes inadequado. Mandioca, milho e amendoim são três exemplos desse caso. Tenho que deixar de comer esses itens? Não! Basta ter atenção redobrada às condições sanitárias e realizar a higiene devida, antes de levá-los à mesa, afastando-se, assim, da possibilidade de contrair câncer de fígado.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião oncológico no Rio de Janeiro!