Tumores Peritoneais 

Tumores Peritoneais: Diagnóstico e Abordagens Terapêuticas

Os tumores peritoneais representam um desafio significativo no campo da oncologia devido à sua localização complexa e a variedade de tipos tumorais. Por isso, preparei este artigo explorando o diagnóstico desses tumores e as abordagens terapêuticas disponíveis, incluindo tratamentos inovadores que estão melhorando os resultados para os pacientes.

Então, continue a leitura e saiba mais!

Diagnóstico de Tumores Peritoneais 

Em primeiro lugar, o peritônio é uma membrana que reveste a cavidade abdominal e cobre a maioria dos órgãos internos. Tumores peritoneais podem ser primários, como o mesotelioma peritoneal, ou secundários, resultantes da disseminação de cânceres de outros órgãos, como o câncer de ovário, apêndice, estômago ou cólon. Devido à natureza disseminada desses tumores, o diagnóstico precoce e a escolha do tratamento adequado são cruciais para melhorar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes.

O diagnóstico desses tumores pode ser desafiador devido à apresentação inespecífica dos sintomas, que muitas vezes incluem dor abdominal, distensão, perda de apetite e perda de peso. Nesse sentido, os exames diagnósticos mais comuns incluem:

  • Exames de Imagem: Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética são fundamentais para visualizar a extensão dos tumores peritoneais. A tomografia por emissão de pósitrons também pode ser útil para detectar a disseminação do câncer.
  • Paracentese: A retirada de líquido ascítico para análise laboratorial pode ajudar a identificar células cancerígenas e proteínas associadas ao tumor.
  • Biópsia: A biópsia do peritônio ou de nódulos suspeitos é essencial para confirmar o diagnóstico histológico e determinar o tipo de tumor. A laparoscopia é frequentemente utilizada para obter amostras de tecido com precisão.

Abordagens Terapêuticas

O tratamento dos tumores peritoneais é multidisciplinar e pode incluir cirurgia, quimioterapia, e terapias direcionadas. Assim, as estratégias de tratamento variam dependendo do tipo e estágio do tumor, bem como da saúde geral do paciente.

  • Cirurgia Citorredutora: A cirurgia citorredutora visa remover o máximo possível do tumor visível. Este procedimento é frequentemente combinado com a quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC), onde uma solução quimioterápica aquecida é administrada diretamente na cavidade abdominal para eliminar células tumorais residuais.
  • Quimioterapia Sistêmica: A quimioterapia sistêmica pode ser utilizada antes (neoadjuvante) ou após (adjuvante) a cirurgia para reduzir o tamanho do tumor ou tratar tumores metastáticos. A escolha do regime quimioterápico depende do tipo específico de câncer.
  • Terapias Direcionadas: Terapias direcionadas, que atuam em alvos moleculares específicos no câncer, estão emergindo como uma opção eficaz para certos tipos de tumores peritoneais. Exemplos incluem inibidores da angiogênese e inibidores de PARP (Poly ADP-Ribose Polymerase) para cânceres associados a mutações BRCA.
  • Imunoterapia: A imunoterapia, que estimula o sistema imunológico a reconhecer e atacar células cancerígenas, tem mostrado promessas em alguns casos de tumores peritoneais. Medicamentos como os inibidores de checkpoint imunológico estão sendo investigados para sua eficácia neste contexto.
  • Cuidados Paliativos: Para pacientes com doença avançada, os cuidados paliativos são essenciais para melhorar a qualidade de vida, controlando sintomas como dor, náuseas e ascite. A abordagem paliativa é centrada no paciente, proporcionando suporte emocional e físico para os pacientes e suas famílias.

Avanços no Tratamento de Tumores Peritoneais

Em resumo, os tumores peritoneais apresentam desafios significativos no diagnóstico e tratamento, mas os avanços na cirurgia, quimioterapia e terapias direcionadas estão melhorando as perspectivas para muitos pacientes. 

Por fim, a abordagem multidisciplinar é fundamental para desenvolver um plano de tratamento personalizado que maximize as chances de sucesso. Portanto, continuar a pesquisa e a inovação é crucial para encontrar novas e melhores maneiras de tratar esses tumores complexos, oferecendo esperança e melhorando a qualidade de vida dos pacientes afetados. Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião oncológico no Rio de Janeiro!

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Hérnias da Parede Abdominal

Ocorrem devido às malformações ou fragilidade adquiridas durante a vida. Neste local, por aumento da pressão intra-abdominal, o conteúdo peritoneal se projeta para o exterior, causando a hérnia. Geralmente, as hérnias são móveis, podendo ser reduzidas. Em algumas situações tornam-se presas (encarceradas), podendo inclusive sofrer isquemia (estranguladas).

Cálculos da Vesícula Biliar

A litíase das vias biliares, também conhecida como "pedra na vesícula", atinge de 10 a 20% da população. Por um desequilíbrio bioquímico na bile - que fica armazenada e concentrada na vesícula biliar - cálculos de tamanhos variados podem se formar. Esses podem ser assintomáticos, causar dores de intensidade variada e complicações mais sérias - como colecistite, colangite e pancreatite.